O Shintoismo (Xintoísmo) é
uma religião essencialmente japonesa e que retrata bem a maneira de ser daquele
povo. Não é fácil se admitir que ela condicionou a imagem da maneira de ser do
povo japonês ou se foi o inverso, a maneira de ser desse povo que condicionou
os aspectos do Shintoismo.
Os deuses do Shintoismo são em grande número, cerca de oito milhões de deidades. Também é muito elevado o número de santuários dedicados às deidades do shinto e que começaram a ser erguidos a partir do 3º e 4º séculos.
Os deuses do Shintoismo são em grande número, cerca de oito milhões de deidades. Também é muito elevado o número de santuários dedicados às deidades do shinto e que começaram a ser erguidos a partir do 3º e 4º séculos.
O Xintoísmo é a religião japonesa mais antiga, o
seu início é obscuro, mas tudo indica que já existia na metade do primeiro
milênio a.C., mas que somente a partir do sexto século d.C., quando o povo
japonês começou lentamente a integrar com as demais civilizações continentais,
foi que os registros foram sendo conhecidos fora do Japão. Naquele período
existia como uma mistura amorfa de cultos relacionados com a adoração à
natureza, com a fertilidade, com métodos de adivinhação, devoção aos heróis, e
ao shamanismo.
O Shintoismo, portanto, foi se constituindo a
partir da junção de tudo o que referimos antes, por isto se trata de uma
religião que não teve um fundador como aconteceu com o Budismo, o Cristianismo,
o Islamismo e outras. Por esta razão também tem qualquer cânon de escrituras
sagradas, nem uma filosofia religiosa explícita, ou um código moral específico.
Suas raízes estão fixadas apenas em práticas religiosas pré-históricas. Na
verdade o Xintoísmo derivou da adoração japonesa de deuses terrestres e
ancestrais desde o começo da sua história quando todo clã tinha seu próprio
deus (Ujigami).
O Xintoísmo confere qualidades divinas ao Sol, aos
astros, e também a locais específicos tais como rios, lagos e lugares de grande
beleza natural como bosques, fontes, pedras, montanhas, como acontece com
referência ao Monte Fuji (Montanha Sagrada do Japão).
Um outro aspecto do Shintoismo, com referência às
deidades, compreende a adoração em santuários (jinja) estabelecidos em honra a
elas e nos quais determinadas deidades podem residir. Afirmam que uma deidade
pode também residir em objetos (Shintai objeto sagrado no qual o kami reside).
Talvez o símbolo mais universalmente conhecido
seja o Torii, trata-se de um portal composto por dois suportes verticais e dois
horizontais pintados de vermelho e que é colocado na entrada dos templos
demarcando a área sagrada do santuário e sob o qual os devotos costumam passar.
Há datas especiais de adoração, momentos
importantes relativas ao ciclo da vida de indivíduos (nascimento, mocidade,
matrimônio, e mais recentemente, e até mesmo de exames de entrada escolares).
Também há as datas festivas (matsuris) relativas aos diversos períodos anuais,
tais como o ano novo, o advento do plantio do arroz, o solistício do verão, o início
da colheita, e assim por diante.
Existe um número imenso de santuários xintoístas.
Há santuários de importância nacional, como o Santuário Principal de Ise,
consagrado a Amaterasu, e associado com a família imperial, pelo que se
constitui um centro nacional de peregrinação, mas o número de santuários é
fabuloso, especialmente porque normalmente cada família tem seu próprio, e até
mesmo cada pessoa em particular. As famílias costumam ter um
"matsuri" especial relativo à sua própria história e fundação.
No período de Heian (710 - 1185 d.C.) o Xintoísmo
sofreu grande influência do Budismo Indiano. Assim certos kami foram criados
como manifestação de Budhas. Grandes influências da cultura chinesa se fizeram
sentir sobre o Xintoísmo, tanto quanto do Confucionismo.
A palavra Xintoísmo quer dizer modo dos deuses,
cuja essência é "kami".
Os xintoísta dizem que tudo tem seus próprios
espíritos os quais eles chamam "kami". Até mesmo um homem se torna
Kami quando ele morre. Dizem que existem oito milhões Kami no mundo, mas
tendo-se em mente que a palavra milhões apenas significam "muitos"
por isto o número de Kami é considerado muito superior àquela quantidade. Dizem
que o Espírito Divino é encontrado em todas as coisas quer sejam nas coisas do
céu quer da terra. Pensando assim para os xintoístas existem os
"kami" das montanhas - especialmente o Monte Fuji - do sol, da lua,
dos planetas, das estrelas, e até mesmo das plantas, dos animais, dos seres
humanos. Também há um "kami" de uma cerejeira que floresce, de uma
árvore bonsai, dos jardins formais, e do Sakaki (a árvore santa). Podemos ver
que os "kami" num certo sentido são equivalentes aos elementais da
natureza citados por outras doutrinas.
De um modo geral o xintoísta reconhece o Sol como
um irmão querido; as montanhas, como irmãs; os animais, como irmãos; as flores,
como irmã, e assim por diante.
Entre os inúmeros "kami", há aqueles que
são responsáveis pela boa colheita e tem o nome de "Fuku-manmo-kami"
e também os que trazem desastres, chamados de Magatsu-Kami. Por isto dizem ser
importante se invocar Fuku-nenhum-Kami e repelir Matatsu-Kami.
No xintoísmo existem muitos festivais anuais,
praticamente cada efeméride, cada fase do calendário anual (Primavera, inverno,
outono, verão) é assinalada com um deles e ligados aos festivais existe um
número expressivo de canções e danças compondo rituais específicos.
No Japão cada aldeia tem seu próprio santuário de
shinto no qual é divinizado o kami mais importante na aldeia. Algumas
divinizaram kami da água (Ryu-jin ou um espírito de dragão); outras, o kami de
uma velha árvore, e assim por diante. Quando um membro importante de uma aldeia
morre, ele pode ser aceito como um Kami secundário.
O Xintoísmo aceita o mundo material como bom em
contraposição ao Budismo que o considera mal. Estes conceitos opostos resultam
do Xintoísmo ser dualista e o Budismo Monista.
Segundo os xintoístas foram os "kami"
que criaram as ilhas de Japão e que a deusa do sol Amaterasu foi à mãe do
primeiro imperador que foi enviado a terra para fundar a dinastia imperial.
Esta convicção era sagrada e se tornou a base de Xintoísmo Estatal, e como
conseqüência o Imperador se tornou símbolo da unidade da nação. Esta tradição
foi que determinou o respeito pelas autoridades do estado, especialmente pelo
Imperador e a sua família. Este tem sido um conceito sempre foi muito arraigado
na cultura japonesa e que fez com que o Xintoísmo fosse a religião oficial do
Japão por muito tempo.
Práticas do Xintoísmo
"Marcha com o pé direito para
as tuas obrigações, e com o pé esquerdo para os teus prazeres". Aforismo de Pitágoras |
|||||||||
Monge meditando
|
Na
palestra anterior registramos uma visão geral do Xintoísmo. De inicio nota-se
a evidente diferença que existe entre o Xintoísmo e as religiões védicas. Por
isso a filosofia religiosa do Japão é tão diferente da filosofia religiosa da
Índia e da China. Se não fosse influência do Budismo e do Confucionismo por
certo as religiões e seitas do Japão seriam diametralmente opostas às da
Índia e China.
A grande diferença se baseia no fato de que o Xintoísmo é uma religião totalmente dualista enquanto que, o Taoísmo, o Budismo, e todas as religiões que têm como fonte os Vedas são basicamente monistas. |
||||||||
|
|||||||||
|
|||||||||
|
|||||||||
|
|||||||||
|
0 comentários:
Postar um comentário