Analise Devil May Cry 2



O que fazia sucesso no excelente Devil May Cry, era justamente sua forma única de misturar um jogo de ação incrivelmente frenético, desafiante e com uma boa dose de exploração. Mesmo que inspirado em outro game da Capcom (nem preciso dizer qual), a capacidade do jogo em montar uma história simples, mas eficiente misturando personagens interessantes e carismáticos, é uma virtude igualmente agradável.

O fato é que, confiante demais do seu próprio acerto, Devil May Cry 2 foi produzido por uma equipe totalmente diferente. Isso já seria cruel para a franquia sem mencionar que temos aqui um time de amadores, então não fica muito difícil imaginar como é fácil arruinar muitos dos principais elementos do original. Se a parte gráfica merece aplausos, as musicas do game já cometem o primeiro deslize. Ao tentar deixar o jogo com uma cara mais dark, as boas melodias high-techs que misturavam um rock progressivo com musica eletrônica foram substituídas por faixas repetitivas e sem inspiração, com batidas mais pesadas de forma quase apelativa.




Mas o fator que sem dúvida mais contribui para o fracasso da continuação é a jogabilidade. O fato é que, caso o novo time de progamadores estivessem prestado mais atenção, seria possível perceber como alguns elementos do game-play de Devil May Cry 2 precisaria seguir. Ao criar cenários muito abertos, o jogo peca gravemente ao permitir a possibilidade de acabar com os inimigos apenas mantendo uma boa distancia (esmagando o botão que dispara a arma de fogo), e é ai que entra um outro ponto importante. Intencionalmente ou não, o jogo ficou fácil demais (não duvido que isso tenha sido proposital, para o game atingir mais pessoas e se tornar mais acessível, tanto para os jogadores quanto para os bolsos da Capcom). E mesmo que algumas coisas tenham sido ajustadas para o bem (como a localização dos botões) e a precisão continuar boa, não tem muita graça fingir estar fazendo combos incríveis em inimigos que parecem apenas esperar por eles. Ainda vale falar que não existem mais as carismáticas Alastor e Ifrit, agora substituídas por uma variedade grande de armas que não fazem muita diferença para o jogador. Até mesmo Ebory e Ivory foram substituídas pelas “simpáticas” handguns. Existe alguns pontos positivos nessa grande salada de frutas mas o problema é que a diferença entre usar uma ou outra arma (ou especial, como as transformações de super velocidade ou vôo) acaba não se tornando essencial em quase nenhum momento do game, o que é lamentável.Também é preciso comentar que a adição de uma nova (e desnecessária) personagem jogável até quebra o galho e torna e experiência mais longa.



Contando com uma das histórias mais pobres que eu já tive a infelicidade de assistir em um jogo de videogame, Devil May Cry 2 ainda sofre com a imaturidade na forma de colocar seus personagens dentro do game. Dante já não conta com seu charme divertido e seu sarcasmo inteligente habitual do primeiro game. Agora ele está sério, chato, e suas tiradas nunca funcionam (esperem até ouvir frases sofríveis como shut up, just die). Lucia também não acrescenta nada útil à história, e apesar de ser divertido ter um feeling diferente, tive uma sensação incomoda da “anjo-humana” (ao lado do “homem-demonio”, que idéia genial...) estar lá apenas para servir como divulgação do game de inúmeras formas. 2 personagens jogáveis... 2 dvds... 2 histórias... e por ai vai.

Por ultimo, gostaria apenas de deixar meu lamento sobre a falta de carinho para a produção de um jogo conceituado que ganhou tantos fãs em tão pouco tempo. Chega a ser risível enfrentar inimigos como “tanques-demonios” ou “helicópteros-demonios”, mas é constrangedor ver que Dante perdeu toda sua personalidade. Pelo menos agora até o demônio tem motivos de sobra para chorar. E nós também.

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