Prince of Persia: The Sands of Time

Filmes baseados em jogos levantam sempre a mesma dúvida, será que vale a pena? Não vão apenas destruir a boa reputação de mais uma série dos videojogos? Agora é a vez da série Prince of Persia sofreu a sua parte com uma adaptação ao cinema com Prince of Persia: The Sands of Time. Será que é mais uma nódoa na história dos videojogos ou temos aqui a primeira boa adaptação? Esta análise foi construída de forma a evitar spoilers por isso podem ler à vontade.

Quando soube que Prince of Persia ia ter direito a adaptação cinematográfica, também fui dos primeiros a torcer o nariz, mesmo com o nome Jerry Bruckheimer metido ao barulho. Felizmente, os trailers que foram lançados aumentaram claramente a expectativa e as hipóteses deste filme poder vir a ser um sucesso. Depois de ter passado pelo tormento, posso dizer que afinal a viagem vale muito a pena.

Prince of Persia: The Sands of Time em filme conta a história de Dastan e de como este chega a filho do rei da Pérsia. Dastan começa o filme como uma criança orfã a viver nas ruas da capital, quando é adoptado pelo rei, após ajudar uma outra criança, evitando que esta sofra uma tortura injusta. Isto serve apenas como introdução, fazendo o filme avançar logo de seguida para o ataque dos exército 
Persa à cidade sagrada de Alamut, onde Dastan consegue penetrar a cidade com o seu exército e evitar assim que mais pessoas morram.

Claro que a história avança de forma a que Dastan acaba por apanhar uma adaga sagrada e conhecer Tamina, a sacerdotisa de Alamut que o vai acompanhar durante a aventura, após um incidente que coloca Dastancomo o assassino do seu próprio pai. Querem saber mais que isto? Então deixo a história em aberto para evitar qualquer tipo de spoilers.

No que toca a semelhanças entre os jogos e o filme, Prince of Persia: The Sands of Timeconsegue realmente prestar homenagem ao jogo. Dastan é um 
trepador bastante ágil e versátil, além de que é um lutador nato, especialmente com espada. Os fãs dos jogos vão ver alguns movimentos transportados dos jogos para os filmes. Além de que há várias referências aos jogos, com Dastan a usar fatos tanto de Prince of Persia: The Warrior Within, como o manto do primeiro Prince of Persia da nova geração.

Outro grande destaque do filme é o seu elenco. Jake Gyllenhallnão está nada mau como Dastane consegue ser uma versão bem construída, sendo divertido e por vezes carismático, mas nunca sendo genial. Gemma Arterton está muito bem no papel de Tamina e consegue oferecer alguns dos momentos mais fortes do filme, quer em termos cómicos, como sérios, só sendo ultrapassada por Ben Kingsley, no papel de Nizam, o irmão do Rei e tio de Dastan, que consegue representar com exactidão (como seria de esperar) cada um dos seus estados emocionais. 
Destaque ainda para a presença de Alfred Molinacomo o excêntrico Sheik Amar, o dono de uma pista de apostas com corridas de avestruz.

No que toca a pontos baixos, por vezes parece que a história é apressada em certas situações, e há quem vá acabar por ver este filme como um Piratas das Caraíbas da antiga Pérsia. Outro ponto baixo é por vezes a renderização dos modelos 3D em sequências com acrobacias. Os efeitos especiais tentam ao máximo fazer com que estas sequências pareçam credíveis, mas mais algum trabalho tinha certamente feito com que tudo parecesse menos "falso".

Em termos visuais, Prince of Persia: The Sands of Time é um filme de encher o olho, as paisagens e cenários são muito bons e imponentes, e a atenção dada a todos os detalhes que vão desde o guarda roupa às decorações dá 
uma sensação de imersão e espaço temporal muito boa. Além do mais, o 3D da animação da Dagger of Time é realmente muito bom, com um rewind adornado com chamas.

Apesar de ser uma adaptação livre do universo de Prince of Persia, não há como negar quePrince of Persia: The Sands of Time conseguia existir como um bom filme por mérito próprio. Embora pareça um pouco apressado por vezes, a interacção entre as personagens e a história são realmente cativantes e não aborrecem até ao desfecho do filme. As tiradas cómicas e acção bem doseada ao género da Disney e deJerry Bruckheimer ajudam a digerir melho r o que se passa no ecrã, e as sequências de picardia entre Dastan e Tamina oferecem momentos de 
cumplicidade bastante divertidos.

Prince of Persia: The Sands of Time é um bom filme, e só isso chega para fazer dele o melhor filme de videojogos feito até hoje, o que não deixa de ser curioso, pois, depois de tantos jogos mais recentes terem sofrido com as suas adaptações, surge agora uma das séries mais antigas dos videojogos para mostrar como se faz.

----------->Yo-chan

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