Casamentos Japoneses


O casamento no Japão é singular e glamouroso. Metade dos casamentos ainda são arranjados, ou seja, realizado entre acordos de família, e não exatamente pela vontade dos noivos. No Japão, o miyai (casamento arranjado) é algo comum, e há empresas especializadas nesse ramo. 

O casamento japonês tradicional é uma festa extremamente cara, onde os custos básicos da classe média variam entre 2 milhões de ienes (20 mil dólares). Começa com a preparação dos noivos, que usam quimonos especiais para a ocasião.
O presente tem que ser dinheiro, notas em quantidade ímpar, para o casal não se separar. Depois de muitos séculos, a tradição se adaptou à modernidade. Veja como os japoneses sabem ser criativos na hora do "sim".


É um romantismo só. Casamento que é casamento, no Japão, tem juras de amor eterno. Tem ritual, mandinga e roupas com muitos significados.

Na longa, lenta e bela procissão, os noivos entram no santuário xintoísta carregando o futuro e o passado. A esperança de muitos anos felizes à frente e a tradição de séculos, puramente japonesa. A religião xintoísta nasceu aqui e ajudou a definir a estética e a cultura do país. Por isso, cada detalhe da roupa, cada gesto diz um pouco dos japoneses. Desde o primeiro passo, o mais difícil.

Os japoneses estão entre os povos mais tímidos do planeta: paquerar, trocar telefone, é difícil ver um japonês fazendo isso. Claro que atualmente a garotada está mais saidinha. Mas há séculos, quando o assunto é arrumar um bom partido, eles confiam mesmo é na experiência de pessoas como Eiko Yamaguchi, de 84 anos.

Ela é professora aposentada e, durante anos, atuou como casamenteira. Depois que o marido morreu, ela só faz o serviço para a família. No momento, quer casar o neto. Para provar a eficiência de seus métodos, ela mostra as fotos dos noivos agradecidos e os presentes que trouxeram da lua de mel, outra tradição japonesa. Um casal deu um enfeite de parede do México. Outro, um urso de madeira do norte do Japão.

O trabalho dela é tão importante que na foto oficial está sempre ao lado da noiva. E tem que cantar uma música na cerimônia.


Hoje, esse tipo de profissional está desaparecendo. Ou melhor, sendo substituído pela internet. Os sites de encontro são a forma que muitos japoneses usam para vencer a timidez e encontrar a alma gêmea.

Chega o grande dia. Como no casamento ocidental, a noiva é a estrela da cerimônia. Isso dá um trabalho para ela e para as ajudantes. Elas precisam acertar cada detalhe da roupa, cheia de camadas e laços. Como é típico dos japoneses, precisam estar milimetricamente no lugar.

O vestido é inspirado nas roupas das filhas dos nobres japoneses da Idade Média. O aluguel de um pode custar R$ 40 mil. A noiva conta que é pesado e vai ficando pior ao longo da cerimônia. Ela disse que chegou a pensar em usar um vestido ocidental, como muitas noivas estão fazendo. Mas completou: "Quando marcamos o casamento, pensei que sou japonesa. A roupa que me veste melhor é o quimono. Por isso resolvemos fazer um casamento à moda japonesa".

Uma diferença para o casamento brasileiro é o presente. No Japão, é em dinheiro e deve ser entregue em um envelope especial, bem bonito. É um presente cheio de significados. As notas devem ser novas. A gente vai ao banco e pede: "dinheiro para casamento". Recebe notas com a garantia de que nunca foram usadas. É um símbolo da nova vida do casal. A quantidade de notas tem que ser sempre ímpar, um número que não pode ser dividido por dois. É uma mensagem para o casal: nunca se separem.

A cerimônia é cheia de rituais e simbolismos. Em um dos principais momentos, os noivos bebem saquê, a bebida nacional, que representa a união dos deuses com os homens. O casal bebe três goles de saquê, de três taças de tamanho cada vez maior, para simbolizar a forma como suas vidas vão crescer dentro do casamento.

Apesar de toda essa tradição, os japoneses estão adotando cada vez mais cerimônias ocidentais. Até cristãs, mesmo que ninguém ali seja cristão. Na hora de casar, vale tudo. Eles não têm nenhum preconceito.

Você pode dizer: agora só falta o robô no casamento. Não falta mais. Na semana passada, foi celebrado o primeiro casamento por um sacerdote robô. O equipamento é usado em museus e feiras para guiar visitantes e foi reprogramado para conduzir a cerimônia. O casal fez essa opção porque, de certa forma, o robô possibilitou que eles se encontrassem. Ela trabalha na empresa que vende o aparelho. Ele apareceu um dia para comprar e foi amor à primeira vista.

Não importa se são cibernéticos ou tradicionais, os casais japoneses, no fundo, são como todos os apaixonados. Querem que aquele momento seja o começo de um futuro longo e feliz.




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